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Pisciana de 25 anos, jornalista por formação, psicóloga entre amigos, sãojoanense de nascimento, juiz-forana de alma e montes-clarense por acidente. É atraída por desafios e, por mais que a vida insista em querer provar o contrário, nunca deixou de acreditar que o amor existe.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Mais um ano...

Quando chega dezembro, chega o momento de rever tudo o que aconteceu nesses onze meses que antecedem esse período de festas. E junto com a vontade de construir um novo começo, vem a angústia de tudo o que se fez de errado e também o orgulho de saber das amizades e dos amores que surgiram e do que foi conquistado durante esses 334 dias...

As ruas ganham um colorido diferente e não me refiro apenas as luzes que juntamente com as guirlandas e bolas coloridas ornamentam a cidade, mas me refiro ao colorido das pessoas, dos sorrisos que elas trazem, da vontade de presentear e se fazer presente. As famílias se aproximam e como em um grande presépio esperam o ano novo nascer.

As ruas ficam mais movimentadas, o cheiro do verão, o gosto das férias e a beleza da lembrança de natais anteriores chegam junto com velhas promessas e sentimentos nobres. O menino que antes esperava ansiosamente o seu presente aos pés da árvore, hoje transmite essa magia para os filhos, a missa do dia 24, o almoço de Natal, as lentilhas e uvas do ano novo... As sementes na carteira, as sete ondas, a mega-sena da virada... É, chegou a hora de começar tudo novo de novo!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ir onde a notícia está sem ter medo de repressão. Informar desde ao mais rico até aquele que passa por dificuldades, não deixar a informação se contaminar por interesses privados e se necessário arriscar a própria vida para que a sua missão seja concluída. Ser jornalista é isso, não temos mais diploma, mas temos o compromisso de manter as pessoas informadas e isso ninguém tira da gente. Que a morte de Gelson Domingo seja lembrada não só por causa da falta de segurança ou até mesmo como um ato irresponsável, mas como algo heroico. Que ele seja lembrado como alguém que arriscou a sua própria vida em prol da notícia, como um benfeitor que não ficou parado diante das mazelas sociais, mas que foi à luta e tornou-se notícia, uma triste notícia.

Parece mais difícil colocar um fim no que já está acabado

Quando a história não começou e ainda não há envolvimento com os personagens, com a trama, com o contexto no qual ela está inserida, fica mais fácil apagar as linhas escritas e rascunhar outro início, ou até mesmo seguir por outro caminho. Tenta-se assim, esquecer os erros cometidos na primeira tentativa, e aos poucos o escritor dá forma àquilo que estava sem vida, sem sentido.

O problema é quando a história se inicia com um tema bonito, harmonioso, mas perde a leveza no decorrer do tempo. As palavras já não são usadas com as mesmas intenções, mas ainda assim continuam a serem escritas ou ditas. Quando o texto cai no lugar comum, no mesmo; quando não há variações, o leitor clama para o final chegar logo. Uns persistem, pois a curiosidade é maior. Cresce a vontade de “ver no que vai dar” e acreditam que o início foi bonito e deve haver alguma explicação para tudo ter desandado. Outros simplesmente desistem.

Imagino a minha vida como um texto, ou meu texto como uma vida(como quiserem), que precisa de revisões. Preciso cortar a repetição de palavras, a repetição de gestos, de promessas não cumpridas. Nem sempre o final vai ser o mais belo, mas talvez, o ideal em cada circunstância. E quando esse texto não rende, não vai para frente, ele pode ter final em si mesmo. Mas não se iluda. Muitas vezes pode ser mais difícil colocar um fim no que já está acabado.

sábado, 5 de novembro de 2011

Quando isso acontece...

Não sei se podemos falar que já somos predestinados a algo, mas muitas vezes certas coisas parecem sentir a necessidade de acontecer. É como se alguma força maior, nos colocasse naquele lugar, naquela hora e aquele certo alguém aparecesse. Em muitos casos o destino se esforça muito, mas acaba pedindo um empurrãozinho àquele amigo antigo, para aquela amiga que é quase uma irmã e quando é assim, pronto! A profecia está pronta e o que parecia uma simples predestinação começa a dar colorido ao cinza da realidade.

Como explicar que alguém apareceu do nada em sua vida e em um estalar de dedos se tornou parte dela? Seja um alguém que goste de Teatro Mágico, se emocione com Los Hermanos, ame discutir os rumos do novo jornalismo, escute compreensivamente seu resumo do livro de Harlan Coben, ou simplesmente alguém que odeie isso tudo e ainda consiga te completar e acrescentar à sua coletânea alguns pagodes e divida com você tudo o que aconteceu durante o dia de trabalho. Não importa.

Às vezes a vontade de estar junto, de se fazer entender é maior do que qualquer gosto musical ou literário. Estar junto se faz da compreensão de que mesmo tão diferentes vocês são capazes de prosseguir em frente. O que é muito certo, muito igual, logo perde a graça, e a vontade de ver o outro acaba se resumindo na ação de olhar-se ao espelho.

É uma coisa de pele, e não digo de cor de pele, mas é algo que supera a isso tudo e só se baseia na vontade e no querer bem. O respeito é mais importante do que a aparência, o sentimento mais profundo do que a adversidade. A gente não pede, não explica, apenas acontece e quando é assim, nem mesmo dizer que essa pessoa não é boa o suficiente para você te faz desistir, seu coração vai à luta.

O único que consegue ter um sono tranquilo



Em meio às obras do calçadão um cãozinho dorme, mas agora me diga, qual o problema dessa foto? O problema é que enquanto o dinheiro público é destinado a uma obra que não tem tanta necessidade, outras questões maiores continuam sem resposta. Uma obra desse porte que se inicia a menos de um ano da eleição municipal, só pode ser estratégia política.

Facilitar a passagem e acessibilidade para que carros de urgência e emergência façam o seu trabalho tranquilamente? Que ótimo! Mas será que quando as ambulâncias tiverem mais espaços nas ruas para transportar os pacientes, o serviço de saúde oferecido pelo hospital também vai ser melhor? Será que o PSF vai ter o seu horário de plantão prometido? Não, não e não... Ora, não sou pessimista. Apenas tento abrir os seus olhos para uma realidade muito mais ampla.



Olhando essa foto, gostaria de te fazer uma pergunta. A obra é para facilitar o acesso de carros, certo? Mas como fica o pedestre nessa história? Vocês conseguem enxergar alguma passarela que facilite a passagem? Bingo! Mais uma vez a resposta é não. As pedras soltas dificultam a passagem, sobretudo, dos idosos. Como pude constatar, eles têm que se desvencilhar de todos os obstáculos, que não são poucos...

Mas voltando ao assunto inicial, aqueles que passaram pela rua na manhã de hoje observaram esse simpático animalzinho aí da foto dormindo, assim como tantos outros que disputam espaço com pedestres e carros pelas ruas e calçadas esburacadas da cidade. Nesse ano, como sabemos, ainda não aconteceu a campanha de vacinação anti-rábica e também como o eleitor atento pode observar, não existe mobilização de criar um lugar para esses animais, de forma que eles não arrisquem suas vidas e não ofereçam perigo para os passantes. E ainda assim, esse pobre cachorro, é o único que tem o sono tranquilo. Como ele não pode votar, coitado, façamos nós um papel importante na cidade, escolhendo melhor os nossos representantes.

domingo, 30 de outubro de 2011

“Concorrência é a coisa mais leal que você vai encontrar no mercado de trabalho"

Minha cabeça vive em um constante conflito. Ideias não param de surgir, sentimentos misturados com a malícia que me foi imposta pela vida e com a ingenuidade que mesmo deixada para trás insiste em me perseguir.

Ora, “não existem apenas pessoas boas no mundo”, me lembram a todo momento. Sim, disso eu sei, a vida me deu mais do que provas de que essa máxima é verdadeira. Seus amigos da faculdade podem se tornar concorrentes impiedosos, basta abrir poucas vagas para um cargo importante que você vai ver a lei da selva se instaurar diante dos seus olhos.

Ser bom no que faz, ser o melhor na sua área, nunca perder são algumas lições que inconscientemente aprendemos com os nossos pais, uns relevam e seguem em frente tentando fazer o seu melhor.Outros não contentes, querem fazer o seu melhor, o melhor que os outros e não satisfeitos, passam por cima de quem quer que for para atingirem seus objetivos.

Outro dia conversando com a minha prima ela me disse uma frase que me marcou muito, “concorrência é a coisa mais leal que você vai encontrar no mercado de trabalho”. E não é, que é isso mesmo? Quem dera se o que contasse lá fora fosse apenas o que tem mais habilidade e mais competência, pelo menos assim saberíamos que os critérios de escolha foram justos.

Mas existe algo por trás disso muito maior, algo capaz de mover essa teia gigante de interesse... Chega uma hora que ser o melhor, ter as melhores qualidades e ser o mais preparado não basta! Os contatos são o que importam realmente e seu currículo brilhante e toda a sua pose de campeão vão para a prateleira junto com tantos outros papéis sem importância.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Sonho de criança

Sonhava em ser grande, poder ser reconhecida e "salvar" vidas... Cresci, amadureci e vi que isso tudo não era possível. Os heróis dos quadrinhos são diferentes dos da vida real. Contestar os padrões pode ser muito perigoso. Há injustiças no mundo, meu amigo! E você sozinho não dará conta de desfazê-las. Mas existe uma grande arma, com a qual você pode ajudar muitas pessoas ou pode arruinar a vida de muitas delas. Essa arma é a informação. E foi aí que eu descobri que mais do que super poderes, eu tinha um lápis, um papel e a vontade de poder levar às pessoas o direito de saber o que acontece ao seu redor.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O problema é de quem?

Apenas 0,9% do lixo de Juiz de Fora é reciclado. Essa informação já diz muito por ela mesma, se considerarmos que a cidade tem mais de meio milhão de habitantes, e que esses produzem juntos uma média de 500 toneladas de lixo por dia, número que ultrapassa o estipulado para cidades de médio porte.
De que adianta a política de coleta seletiva, então? Como já era de se esperar não são todos os moradores que separam os dejetos orgânicos dos recicláveis. Mas mesmo assim, o número é muito reduzido. Dentro dessa linha de raciocínio temos que levar em consideração o que é afirmado pelo Demlurb, que considera que 90% dos bairros recebem coleta seletiva. Mas será que todo esse lixo tem o destino correto?
Falar com a população para ela tomar atitudes simples de separar o lixo é fácil, difícil mesmo é se convencer de que para essa ação dar certo é necessário que os órgãos públicos também se envolvam com políticas e campanhas mais eficazes.
Não basta colocar lixeiras coloridas pela rua se elas não recebem os seus respectivos materiais, e mais do que isso, se esses materiais não forem destinados aos lugares certos. Mais do que uma simples coleta seletiva, isso se tornou um problema coletivo.

imagem da internet

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Um pedacinho de mim...

Sabe aquele momento em que mesmo sem ter as perguntas definidas, você procura respostas? Acordei meio assim hoje... Queria ter as repostas para todas as questões e em um estalar de dedo resolver os problemas profissionais, familiares e amorosos... Parece que tem dia que a gente gosta menos ou criticamos mais as nossas atitudes, ou qualquer outra coisa entre essas possibilidades. E isso dá uma sensação de vazio. Vazio que eu digo não no sentido literal da palavra, aquele de não ter nada, mas no sentido de ter e mesmo assim não se achar. Sentir-se só e ver que você é apenas mais um em meio a tantos outros, prostrar-se diante de falsas promessas e se convencer de que tudo vai ser exatamente igual.
Costumo dizer que tudo que é muito intenso me assusta, mas o que é sem paixão, sem vontade me desanima. Não procuro receitas prontas ou alguém exalte que as minhas possíveis qualidades durante todo o dia. Procuro alguém que me apóie nas minhas quedas, cresça comigo e ainda assim saiba amar e expresse isso, seja por meio de um olhar, de uma flor roubada ou de beijos infindos.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Desabafo

Costumo dizer que quando estou triste fico mais inspirada para escrever, e posso dizer que hoje estou em um daqueles dias de pensamentos conturbados, um dia aparentemente ruim, mas no qual eu vejo uma forma de transformar toda dor e qualquer dúvida em palavras.
Eu me lembro que enquanto criança eu costumava escrever sobre meus devaneios e possíveis amores, o tempo passou, aquela menina extremamente romântica e sonhadora se perdeu em algum lugar, mas a mania de escrever sobre o que me angustia continua.

Eu me defino como uma pessoa curiosa e que observa constantemente as relações humanas. E é justamente nessa questão que se concentram minhas maiores angústias e medos e por mais que eu tente entender as atitudes dos outros, mais eu me perco nesse caminho só de ida.
As pessoas são engraçadas ou bizarras, depende da concepção de cada um. Elas podem ser amáveis em um dia e completamente desprezíveis no outro, como se os sentimentos, fizessem parte apenas de uma grande teia de interesses. Mas será que fazem?

Nesse contexto, vemos amizades instântaneas que podem se tornar em inimizades mortais e amores que duram apenas uma noite. É como se existisse um chip, que fizesse com que as pessoas te falassem o que você queria ouvir no momento que precisava, mas que tem a memória apagada logo em seguida. E junto com essa memória se perdem as promessas, a palavra, a confiança e em alguns casos o caráter(e esse não tem mais volta).

É como se fosse àquela velha máxima, de que um coração ferido, não cicatriza facilmente. E parece que essa teia de interesse contamina, o ferido, humilhado de hoje é o mesmo que fere e humilha depois. Onde isso tudo vai parar? Sabe o que é pior? Enquanto eu escrevia e agora, enquanto você lê, mais alguém está sofrendo os impactos dessas relações de interesse.

domingo, 1 de maio de 2011

Dilemas da mídia

A tragédia do Realengo ganhou as páginas dos grandes jornais do país e do mundo. Um homem entrou numa escola estadual, no dia 7 de abril e atirou contra as crianças, fazendo vários feridos e 12 mortos e após ser atingido na perna por policias, atira contra a própria cabeça e morre. O fato chocou o país e muito se especulou sobre as histórias das vítimas e do assassino, com ênfase em uma carta que o assassino havia escrito antes de morrer.

A partir do fato, aconteceu o que todos esperavam, a mídia explorou o assunto ao máximo. E quem assistiu o noticiário da Record(que passa na hora do almoço), no dia 7 de abril, viu as crianças sendo retiradas na maca para serem levadas ao hospital. Quando me deparo com uma situação igual a essa , me faço a seguinte pergunta: até onde o interesse público pela informação se vê representado no noticiário e a partir de quando o tema ganha proporções mercadológicas, em que quem publicar o horror, a tragédia primeiro, sai na frente?

São relações como essas que nos fazem questionar e rever os dilemas jornalísticos, ainda mais quando está em jogo a comoção nacional. A exemplo de outros casos, como o da Izabela Nardoni e da Eloá, houve uma superexposição do assunto. Onde quer que fosse era possível saber de novos desdobramentos do caso.

Vale ressaltar que um dos artifícios do jornalismo é personificar as tragédias, para que o discurso se torne mais próximo do público e passe aquela sensação de “podia ter sido comigo”ao telespectador e/ou leitor. A partir daí, aparecem histórias, como a da menina que morreu dias antes da festa de 15 anos, ou então da avó que falece após saber a notícia da morte da neta. E é nesta nota que eu vou focar minha análise.

Na matéria publicada no dia 15 de abril, pelo site G1, podemos constatar a exposição da tragédia para atingir o objetivo principal, que é o furo da reportagem e a busca por fatos novos e suítes do acontecimento no Realengo. Não há respeito aos familiares da vítima, uma vez que após a morte da menina(o que foi motivo de assunto na mídia), ocorreu a morte da avó, que fez com que os meios de comunicação incitassem mais uma vez o acontecimento anterior.

Além da consideração de que a senhora de 92 anos morreu, quando soube do óbito na neta ainda temos a notícia de que o pai da menina completou 60 anos por esses dias, e ainda podemos constatar a escolha infeliz da seguinte fala de um parente das vítimas: “Clóvis fez 60 anos na segunda-feira (11). O presente que ele recebeu foi a morte da filha e agora da mãe”. E como nos outros casos, a dor alheia torna-se um espetáculo de domínio público.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Jornalistas x treinadores: quem está com a razão?

Um assunto que está sempre na mídia é a relação conflituosa entre os treinadores e os jornalistas, principalmente após as coletivas de imprensa. De um lado, os homens que sempre estão atrás da glória ou da derrota de um time e do outro aqueles que utilizam as notícias da equipe, sejam elas boas e ruins, como ferramenta de trabalho.

Uma palavra mal interpretada, os nervos à flor da pele, a busca insaciável por informação, pequenos equívocos podem gerar grandes discussões entre os profissionais e em último caso, até mesmo agressões físicas. Quem não se lembra da confusão entre Emerson Leão e a imprensa, em julho do ano passado?

A meu ver e acredito que na visão de muitos que trabalham com jornalismo há anos, a função do jornalista é intermediar a relação entre o time e a torcida, e o personagem usado para dar voz à equipe é o treinador. E é através do espaço midiático que ele pode comunicar com todos os seus torcedores de uma só vez.

A partir do momento que um treinador ofende ou nega informação para um jornalista, afeta milhares de pessoas que torcem e acreditam naquele time. Se o profissional da área de comunicação quer saber a opinião do técnico sobre um assunto polêmico é porque quer dar voz aos lados para esclarecer o mal entendido e não para provocá-lo ou algo similar.

Muitos podem contestar o que eu escrevi, afirmando que o jornalismo interfere no jogo, tentando tirar a autoridade do técnico e até mesmo persegui-lo, mas não é nada disso. O que o jornalista faz é apurar e muitas vezes se colocar no lugar do torcedor, dando voz às suas perguntas.

Além disso, alguns afirmam que a mídia manipula as opiniões. Mas está consideração,
nos leva àquela velha dialética: a mídia que molda o gosto do público, ou o público que direciona o que será exibido? Será mesmo, que a sociedade é tão apática a ponto de se deixar influenciar facilmente?

Em alguns casos há despreparo tanto de jornalistas como treinadores, quando se trata de uma entrevista coletiva. Seja em relação às perguntas repetitivas por parte dos repórteres ou as respostas prontas por parte dos técnicos. Mas nessas questões o que deve haver é foco no que se faz e visar o interesse do público.

Vale reforçar que a função do repórter é perguntar, independente de ser um assunto positivo ou não. E esse direito de saber a verdade dos fatos, é do povo. Portanto, cabe aos profissionais que estão direcionando a entrevista ou aos que respondem as perguntas, comprometimento e respeito às pessoas de casa.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Os 20 anos...

O que pensar quando acaba de completar 20 anos? Uma senhora que já tem lá os seus 80 anos diria: “você é tão novinha! Ainda tem muito pra viver!”, mas se você disser a sua idade para uma criança de 8, com certeza ela vai falar: “nossa tia, isso tudo?”. Mas e pra você? O que essas duas décadas representam? Não posso dizer que agora tenho autorização para fazer tudo o que eu quero, porque essa é a sensação que se tem quando acaba de completar a maioridade. E que se desfaz no instante seguinte, quando você percebe que não é bem assim.

Acho que o legal dos 20 anos é não ser uma idade quebrada. Que graça tem fazer 13 anos? Considero essa idade como a mais sem sentido. Você não tem mais 10 anos e ainda está longe dos 15 e para piorar vive cheia de dúvidas. E agora você deve estar se perguntando o que eu acho dos 11, 12 e 14, sendo que aparentemente não representam nada também. No primeiro caso, pelo menos pra mim foi importante, mudei de turno no colégio e comecei a me firmar como “mocinha”. Doze anos é uma idade bonita! Idade de molecagem, dos primeiros amores... Quando se tem 14 anos, vive imaginando como será os 15 e mais do que isso, essa idade marca a transição do ensino fundamental para o médio e a solidificação de algumas amizades.

Os anos se seguem, e a essa altura já passou um filme na minha cabeça ao relembrar o peso dos meus aniversários anteriores e ainda estou perdida em pensamentos, e quando me acho e me vejo com os meus 20 anos. Ainda sem saber a resposta para a pergunta inicial, mas com uma vontade imensa de que essas lembranças se eternizem... Menina, mulher de 20 anos, mas que ainda tem dúvidas como àquela moleca de 13 anos, perdida nesse baú de recordações...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Carnaval 2011

Está faltando menos de um mês para o carnaval e o meu coração já bate acelerado só de escutar o ensaio das escolas de samba. Não tem nada melhor do que carnaval de rua, praça lotada, blocos, música, alegria... E não é por nada não, meu amigo, mas São João Nepomuceno tem tudo isso e muito mais! Aqui a festa começa antes e só termina na manhã da quarta-feira de cinzas.

Repentinamente a cidade se veste para a folia, a imagem de um lugar tranqüilo, cede espaço às badalações do melhor carnaval da região. E os turistas se unem a essa grande bagunça com o mesmo intuito: diversão. Não importa se você é Esaca ou Esplendor, o que importa é você saber aproveitar a festa.

As escolas de samba dão brilho, trilha sonora e beleza à folia. O Bloco do Barril, famoso por distribuir cachaça e alegria por onde passa, consegue arrastar multidões na tarde de segunda-feira. E quem pensa que acabou por aí, se engana. Os que conseguem vencer o cansaço dessa maratona de alegria, ainda têm muito que aproveitar no Bloco da Ressaca.
É uma energia diferente, uma força diferente, é carnaval.



Imagem extraída do site sjonline

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Surpresas durante o trabalho

Algumas pessoas não sabem, mas na faculdade eu faço um estágio como produtora em um programa de TV, o Mosaico. O intuito desse programa é contar as histórias dos bairros e ruas de Juiz de Fora, mostrar para os telespectadores um lado da cidade que muitos desconhecem, através das lembranças dos próprios moradores.

Mas além dos bairros, nós também fazemos alguns especiais, já tiveram programas sobre escolas, igrejas, carnaval, cemitérios, além de muitos outros temas. Mas um em especial tocou o meu coração, o programa “Instituições para menores”. A princípio, quando recebemos a pauta não sabíamos ao certo como abordar esse tema aparentemente tão delicado. Não queríamos fazer com que o programa se tornasse sensacionalista, mas antes de tudo o primeiro passo deveria ser tomado: produzir o programa.

Recebemos do nosso diretor uma lista com as indicações de alguns lugares, mas quando fomos apurar, veio a primeira grande surpresa: devido à mudança da lei, não existem mais orfanatos em Juiz de Fora, apenas abrigos que após de um tempo reinserem os menores no convívio familiar. Mas mesmo assim continuamos em busca das histórias, agora de forma mais abrangente.

Visitamos tanto instituições que funcionam em regime de creche, como as poucas que funcionam como internato. E confesso a vocês, foi a produção que mais mexeu com o meu psicológico. Uma das minhas paradas foi em um colégio de apoio a criança com deficiência mental. Enquanto eu esperava para conversar com a diretora, veio até mim uma menina sorrindo e me abraçou. Como podia corresponder ao gesto daquela menina senão com outro abraço? A mãe dela me pediu desculpa e disse que muitas pessoas na rua se assustavam com a atitude da menina. Desculpar? Àquela menina que eu nunca tinha visto antes, tinha acabado de abrir meus olhos para uma realidade diferente, eu tinha era que agradecer por isso.

Continuei a minha caminhada com a alma renovada e procurando entender a necessidade que àquela menina tinha em receber um abraço e por ter despertado em mim uma visão diferente das coisas. Por engano acabei chegando em um lugar que há muito tempo atrás funcionava como orfanato, mas que há um ano mais ou menos, tornou-se um centro de atendimento a jovens e adultos com deficiência física e mental. Lá em conversa com a diretora, descobri que muitos nem recebiam a visita da família, olhei a volta e senti um vazio muito grande. Comecei a pensar em tudo que tinha visto naquela semana, liguei para a minha mãe e contei o que tinha visto, chorando.

São nesses momentos que você se vê confrontada com problemas que consciente ou inconscientemente se recusa a ver. E a semana seguiu, teve gravação em um hospital de apoio à criança com câncer, mas infelizmente não pude acompanhar, por causa da aula. Visitamos institutos que fazem atendimento de reforço escolar e desenvolvem atividades paralelas, como dança, reciclagem e futebol...

E em uma tarde fomos a um abrigo que atende apenas meninos de famílias carentes, ou então de área de risco e em raros casos que não têm lar. Para tornar o programa mais dinâmico, resolvemos conversar com as crianças, para saber delas como era a rotina no abrigo. Durante uma volta para conhecer a estrutura da instituição, encontramos um menino de 10 anos super falante e que logo ganhou o carinho da equipe toda. Resolvemos então conversar com ele e saber se queria dar uma entrevista, de prontidão ele disse que sim e assim fizemos. Enquanto a apresentadora perguntava como era morar ali ele respondia com o sorriso mais sincero do mundo: _”tenho muitos amigos, aqui eu estudo assisto TV, gosto muito de morar aqui”. E quando a gente menos esperava fomos surpreendidos por uma resposta que pode parecer óbvia para muitos, mas naquele momento não foi: _”mas eu tenho muita saudade de casa”, dessa vez, a resposta já escondia uma sombra, enquanto realçava com toda força a pureza e sinceridade daquela criança.

Sabe quando uma simples palavra parece cortar o seu peito? Foi isso que senti naquele momento. Como manteiga derretida que sou, me retirei da sala e fui para um banheiro e chorei. Um turbilhão de ideias passava na minha cabeça. A minha vontade era a de pegar àquele menino pelo braço, conduzi-lo a um lar e mostrar para ele que ainda há muito para se viver e acreditar. Esse programa foi o que mais me ensinou.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

"Hoje muitos choram, mas não desistem de viver!"

Às vezes reclamamos tanto por problemas pequenos, que não nos damos conta que a complexidade da vida é muito maior e em alguns momentos muito mais dura com os nossos semelhantes. O episódio das chuvas e da destruição na região serrana do Rio nos mostrou pessoas que perderam a casa, entes queridos, móveis... E mais do que isso, como diz o verso de uma música da banda Rosa de Saron, “que muitos choram, mas não desistem de viver”.

Até mesmo por meio de jornalistas sensacionalistas, que abordam as vítimas sempre da mesma forma: “o que a senhora vai fazer agora?”, com direito a enquadramentos fechados, seguido por um fundo musical triste, podemos ver a mesma reação e quase sempre a mesma resposta: “recomeçar do zero!”

Nesse momento em que a desgraça alheia é explorada pelos veículos de comunicação e repercute na venda de jornais, a sociedade é tomada por um grande sentimento de amor ao próximo. Como se em um momento fosse alheia ao problema do outro e em outro momento não. As pessoas se emocionam com a cena da mulher que perde tudo e tenta salvar o cãozinho, mas infelizmente não consegue. Os problemas individuais tornam-se coletivos e aos poucos a realidade ganha proporção de uma grande novela.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Desenrola

Para aqueles que estão de férias como eu e que não têm mais nada para fazer, uma boa pedida são os programas culturais, seja um bom livro, teatro ou cinema. E por falar em cinema, os filmes brasileiros estão ótimos nesse início de ano, tanto os de comédia como “De pernas para o ar", que vem lotando sessões em todo o país, e que não podia ser diferente com a atuação brilhante de Ingrid Guimarães, quanto a trama adolescente “Desenrola”, que levanta a questão da virgindade.

Confesso a vocês, que filmes com a temática jovem sempre atraíram muito o meu interesse, e com “Desenrola” não foi diferente. A história de Priscila, uma menina de 16 anos que vivencia os conflitos adolescentes, sobretudo no que diz respeito à primeira vez, consegue envolver o espectador e ao mesmo tempo fazê-lo refletir sobre às suas primeiras experiências na vida.

Além de uma abordagem leve, o filme conta com um elenco promissor e uma trilha sonora perfeita(a música “Quase sem querer”, na voz de Maria Gadú se encaixou como uma luva). Vale a pena conferir!


“Meu professor de Biologia disse que 70% do nosso corpo é feito de água. Será que a gente pode se afogar na gente?”

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Brincando de compositora...

Meu negócio é escrever, sempre quis fazer uma música e nunca consegui. Mas outro dia, numa conversa com o Ricardo no MSN, acabei resolvendo escrever alguns versos, que seguem abaixo, espero que gostem... =D

Nessa brincadeira que é viver apostei
e perdi você
Foi tolice, eu sei!
Dei minha cara a tapa, pus à prova nosso amor.
E cá estou, sozinha.
Um dia prometemos um ao outro ser fiel
Viver felizes até que a morte nos separasse.
A morte não separou, mas nossa felicidade morreu.
A ironia desse destino que nos uniu,
foi bem pior ao nos separar.
Mas se eu pudesse te ter ao meu lado,
por uma última vez...
Seria a pessoa mais feliz desse mundo.
Gritaria aos quatro cantos a minha alegria,
faria de cada dia, o dia do nosso amor.
As feridas já cicatrizaram sozinhas,
mas a dor permaneceu viva durante esses anos.
Já chega! Resisti por muito tempo.
O que eu que queria te dizer é que
se eu pudesse te ter ao meu lado,
por uma última vez...
Seria a pessoa mais feliz desse mundo.
Gritaria aos quatro cantos a minha alegria,
faria de cada dia, o dia do nosso amor.
“Enquanto não conseguirmos escolher nossos representantes de forma consciente, e as nossas autoridades não resolverem os nossos problemas, continuarei em posse das minhas armas: um papel, uma caneta e a informação.”

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

De colônia explorada pela corte a país governado por uma mulher

Em mais de quinhentos anos de história o Brasil passou por várias evoluções, mas ainda não conseguiu se desprender dos vários vestígios de uma sociedade preconceituosa. Em 1.500 os colonizadores exploravam os índios e subjugavam a cultura nativa, exploravam e impunham novos hábitos à população. Anos mais tarde os senhores de engenho se utilizavam de outra força de trabalho, desta vez não era mais índios, mas os negros trazidos da África. E a situação do negro não melhorou com a abolição da escravidão em 1888, ele se viu ainda mais deslocado e discriminado no meio social, sendo considerado como uma raça inferior.

Mas um aspecto deve ser ressaltado, no cenário brasileiro a mulher sempre foi vista como um fator secundário, independente da raça ou crença. E se fosse negra, o leque de possibilidades estreitava ainda mais. Mas com o passar do tempo a força feminina aumentou e passou a movimentar a sociedade; aquela que antes se reservava aos afazeres domésticos e ao cuidado com os filhos tornou-se atuante.

Representando mais da metade da população brasileira, elas passaram a ser vistas de fato como cidadãs no ano de 1932, podendo votar; embora esse não fosse um direito pleno. A partir de então, elas puderam participar ativamente da política, e em passos pequenos a sociedade brasileira conquistou grandes avanços. Várias mulheres passaram exercer cargos públicos, ainda que em menor escala que os homens e em algumas situações com salários menores.

O país do futebol, do samba e da miscigenação cultural quebrou um tabu nas eleições deste ano ao eleger a primeira presidente da história, Dilma Rousseff. A então presidente enfrentou várias barreiras, primeiramente por ser mulher em uma sociedade que tem uma cultura machista e preconiza a idéia de que o sexo feminino é menos competente do que o masculino, segundo por ter sido eleita logo na primeira disputa e terceiro por ter a sua proposta de governo voltada para os trabalhadores.

Quem diria, um país que teve sua base fundada em uma cultura preconceituosa e machista, uma antiga colônia que foi explorada por Portugal se tornou um país governado por mulher! Nesse momento questiona-se se uma mulher ocupando a posição máxima no Estado será bem sucedida. Ora desde quando sexo ou qualquer outra questão biológica define a competência de um ser humano? Para aqueles que ainda têm dúvidas eu respondo: a mulher tem sim capacidade de governar e ditar os rumos do país. Seja como esposa, mãe, filha ou presidente; ela tem o seu espaço e irá provar que apesar de todos os preconceitos existe algo maior que é a consciência e esta não possui sexo depende apenas da inteligência e do discernimento.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Algumas palavras...

De vez em quando a vida nos impõe peças, e só com isso conseguimos refletir um pouco mais sobre tudo o que acontece a cada dia. E descobrimos que a vida é muito mais complexa do que uma simples escolha não acertada. Muitas vezes brigamos com Deus pelos rumos tomados, nos revoltamos por uma enfermidade na família, pela perda de um emprego, por uma desilusão amorosa...

Mas nos últimos dias tenho refletido a respeito das ações de Deus em nossas vidas. Nunca fui uma católica muito praticante, mas sempre fui muito espiritualizada, sempre acreditei em Deus e creio que tudo que acontece tem um propósito maior, mais a frente.

Somente quando sentimos a dor na própria pele que passamos a compreender melhor a dor do que nos é alheio, um pai que procura desesperadamente ajuda para realização de um transplante de fígado para uma menina de apenas 13 anos de idade; uma criança que não deseja brinquedo nenhum de Natal, mas apenas uma cesta básica para a família que passa fome. Um idoso que criou um filho com carinho e hoje se vê jogado ao esquecimento de um asilo...

Cenas estas que de tão exploradas pela mídia, já não causam tanto impacto em um político, que assiste ao noticiário, junto com uma mesa farta e a sua família protegida. Mas, que são reais para aquele pobre que sobrevive com um salário mínimo. Não estou querendo usar de demagogia, para tentar convencer multidões de que as enfermidades escolhem classes menos abastadas, muito menos criar generalizações; porque sei que esse tipo de coisa pode acontecer com qualquer um. O que eu quero é expor o que eu sinto, o que eu presencio...

O que somos nessa vida? O que deixaremos de exemplo para os nossos filhos e netos?
De que forma somos solícitos aos nossos semelhantes? Como somos mais humanos? Façam as suas orações... muitas vezes as pessoas só precisam disso.
Obrigada.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Desabafo


Uma cidade que sempre foi reconhecida pelo seu carnaval alegre, seu povo hospitaleiro e sua tranqüilidade, vem ganhando destaque na sociedade por outros motivos, não tão positivos assim.

A São João Nepomuceno pacata de anos atrás, aos poucos se torna cenário de grandes escândalos, em nível político e criminal. A cidade garbosa passou a ser conhecida na mídia por “cidade do castelo” e nas colunas de jornais pelos crimes bárbaros e as rixas entre bairros.

A cidade que eu nasci não é a mesma que vai abrigar os meus filhos, infelizmente. O tráfico e o vandalismo crescem todos os dias. As mesmas ruas que serviram de cenário para as minhas brincadeiras de infância, hoje acolhem o comércio de drogas a céu aberto. A praça do Coronel, ponto de encontro da juventude, ganhou um novo ornamento: uma grade para impedir a ação de vândalos.

São João que saudade eu sinto do tempo que eu podia andar despreocupada pelas suas ruas, dos tempos em que os finais de ano eram tranqüilos, nesse tempo eram os bandidos que ficavam atrás das grades e não os trabalhadores honestos e os monumentos históricos.