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Pisciana de 25 anos, jornalista por formação, psicóloga entre amigos, sãojoanense de nascimento, juiz-forana de alma e montes-clarense por acidente. É atraída por desafios e, por mais que a vida insista em querer provar o contrário, nunca deixou de acreditar que o amor existe.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Conselhos de quem odeia conselhos

Já me disseram para eu tomar cuidado com o mundo lá fora, já me mandaram correr atrás dos meus sonhos sem ter medo de nada, já me falaram que eu viveria muito melhor sozinha do que mal acompanhada. Alguns me aconselharam que "é impossível ser feliz sozinha". Sinceramente, já me falaram tantas coisas que eu já não sei de mais nada!

Se a vida tivesse fórmulas e combinações de sucesso, ninguém iria sofrer. Parece fácil falar para o outro: "liga não, isso vai passar!". Mas quando o problema é com a gente, o egoísmo reina e a dor parece mais intensa. Isso quando não nos pegamos fazendo suposições absurdas:"se eu fosse você, faria isso". Será que faríamos mesmo? E quando nos damos conta, estamos como "espectadores da vida alheia", daqueles que dão "pitaco" em tudo, mas que não conseguem decorar o texto quando pegam o papel principal.

A vida nada mais é do que algo que todo mundo tenta definir, mas que no fundo, é cheia de contradições e mistérios. Alguns ainda diriam que é cheia de "injustiças", mas o que é justo? Justiça para quem? É aquela velha história dos dois lados da moeda... Há uma complexidade muito maior por trás disso tudo.

Quantas vezes me peguei dizendo, "Deus sabe o que faz", para pessoas que estavam prestes a perder entes queridos. Mas será, que esse mesmo conformismo faria parte do meu discurso se fosse alguém da minha família que estivesse prestes a perder a vida? Certamente não...

É fácil repetirmos frases feitas, em gestos mecânicos, fomos treinados para isso! Terminou o namoro? "Não fica assim, ele não te merece". Alguém querido morreu? "Foi feita a vontade de Deus". Não passou em uma prova? "É só se dedicar, que na próxima vai!". A dor que não nos pertence parece nem doer muito...

sábado, 11 de fevereiro de 2012

O momento da decisão

Chega uma hora em que as nossas escolhas se tornam bem mais decisivas. Não se baseiam apenas em qual vestido usar ou a qual festa ir no final de semana, envolvem pessoas, sentimentos ou o que seria para ser um sentimento. Decidir por si só é fácil, pelos outros não. A gente acha que tudo é eterno e nos decepcionamos quando percebemos que toda essa vontade, esse querer, pode se tornar mais frágil do que um galho que se rompe pela ação do vento.

Esperamos que essa tempestade toda passe, que possamos reerguer as nossas estruturas, assim como aquele que após perder a casa em um desastre, junta as forças que tem e faz um novo começo. Achamos que tudo vai voltar ao normal e que em breve o sol vai aparecer novamente e fazer com que as lágrimas derramadas sequem. Mas não é bem assim...

Mais frágil do que esse querer, ou que o galho que se rompeu, é a confiança. E por mais que tentemos fazer com que tudo se torne exatamente igual, nunca será. O mesmo vento que foi capaz de quebrar o galho fino da árvore da praça, também é capaz de propagar o que é dito no silêncio de uma noite de outono, ecoar os segredos e fazer com que as palavras causem mais dor. E todo esse tormento pode(e vai) passar, mas as marcas deixadas por ele não.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Inspire-se

E a inspiração de onde vem? Talvez de um baú velho e empoeirado , cheio de lembranças, ou então das ações corriqueiras, dos gestos repetidos ao longo de uma tarde de trabalho. Pode vir também do que é visto diariamente, mas dificilmente é observado. A inspiração vem muitas vezes do sorriso que sustenta e amortece a lágrima que lhe faz companhia.Pode surgir da criança que corre em direção à mãe, com o mesmo vigor que um dia irá correr atrás dos sonhos criados.

Vem do beijo caloroso e apaixonado de um casal de namorados, ou então, daquele casal de velhinhos que passa despercebido por muitos. Entre as rugas, a visão já castigada pelo tempo, os fios de cabelo branco que denunciam a idade e o andar pausado, há uma magia que guarda mais do que as marcas do tempo.

O sorriso de poucos dentes mostra a vitória de quem venceu o tempo, ou foi esquecido por ele, vai saber!São 40, 50 anos que um vive pelo outro e aos poucos passaram a viver uma só vida. Os galanteios da mocidade, o nascimento do primeiro filho, a casa cheia de netos. As mãos trêmulas que seguram e conduzem os primeiros passos das crianças, e os risos que se entendem, pela ausência de dentes e ainda assim soam sinceros.