Costumo dizer que quando estou triste fico mais inspirada para escrever, e posso dizer que hoje estou em um daqueles dias de pensamentos conturbados, um dia aparentemente ruim, mas no qual eu vejo uma forma de transformar toda dor e qualquer dúvida em palavras.
Eu me lembro que enquanto criança eu costumava escrever sobre meus devaneios e possíveis amores, o tempo passou, aquela menina extremamente romântica e sonhadora se perdeu em algum lugar, mas a mania de escrever sobre o que me angustia continua.
Eu me defino como uma pessoa curiosa e que observa constantemente as relações humanas. E é justamente nessa questão que se concentram minhas maiores angústias e medos e por mais que eu tente entender as atitudes dos outros, mais eu me perco nesse caminho só de ida.
As pessoas são engraçadas ou bizarras, depende da concepção de cada um. Elas podem ser amáveis em um dia e completamente desprezíveis no outro, como se os sentimentos, fizessem parte apenas de uma grande teia de interesses. Mas será que fazem?
Nesse contexto, vemos amizades instântaneas que podem se tornar em inimizades mortais e amores que duram apenas uma noite. É como se existisse um chip, que fizesse com que as pessoas te falassem o que você queria ouvir no momento que precisava, mas que tem a memória apagada logo em seguida. E junto com essa memória se perdem as promessas, a palavra, a confiança e em alguns casos o caráter(e esse não tem mais volta).
É como se fosse àquela velha máxima, de que um coração ferido, não cicatriza facilmente. E parece que essa teia de interesse contamina, o ferido, humilhado de hoje é o mesmo que fere e humilha depois. Onde isso tudo vai parar? Sabe o que é pior? Enquanto eu escrevia e agora, enquanto você lê, mais alguém está sofrendo os impactos dessas relações de interesse.
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