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Pisciana de 25 anos, jornalista por formação, psicóloga entre amigos, sãojoanense de nascimento, juiz-forana de alma e montes-clarense por acidente. É atraída por desafios e, por mais que a vida insista em querer provar o contrário, nunca deixou de acreditar que o amor existe.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Os 20 anos...

O que pensar quando acaba de completar 20 anos? Uma senhora que já tem lá os seus 80 anos diria: “você é tão novinha! Ainda tem muito pra viver!”, mas se você disser a sua idade para uma criança de 8, com certeza ela vai falar: “nossa tia, isso tudo?”. Mas e pra você? O que essas duas décadas representam? Não posso dizer que agora tenho autorização para fazer tudo o que eu quero, porque essa é a sensação que se tem quando acaba de completar a maioridade. E que se desfaz no instante seguinte, quando você percebe que não é bem assim.

Acho que o legal dos 20 anos é não ser uma idade quebrada. Que graça tem fazer 13 anos? Considero essa idade como a mais sem sentido. Você não tem mais 10 anos e ainda está longe dos 15 e para piorar vive cheia de dúvidas. E agora você deve estar se perguntando o que eu acho dos 11, 12 e 14, sendo que aparentemente não representam nada também. No primeiro caso, pelo menos pra mim foi importante, mudei de turno no colégio e comecei a me firmar como “mocinha”. Doze anos é uma idade bonita! Idade de molecagem, dos primeiros amores... Quando se tem 14 anos, vive imaginando como será os 15 e mais do que isso, essa idade marca a transição do ensino fundamental para o médio e a solidificação de algumas amizades.

Os anos se seguem, e a essa altura já passou um filme na minha cabeça ao relembrar o peso dos meus aniversários anteriores e ainda estou perdida em pensamentos, e quando me acho e me vejo com os meus 20 anos. Ainda sem saber a resposta para a pergunta inicial, mas com uma vontade imensa de que essas lembranças se eternizem... Menina, mulher de 20 anos, mas que ainda tem dúvidas como àquela moleca de 13 anos, perdida nesse baú de recordações...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Carnaval 2011

Está faltando menos de um mês para o carnaval e o meu coração já bate acelerado só de escutar o ensaio das escolas de samba. Não tem nada melhor do que carnaval de rua, praça lotada, blocos, música, alegria... E não é por nada não, meu amigo, mas São João Nepomuceno tem tudo isso e muito mais! Aqui a festa começa antes e só termina na manhã da quarta-feira de cinzas.

Repentinamente a cidade se veste para a folia, a imagem de um lugar tranqüilo, cede espaço às badalações do melhor carnaval da região. E os turistas se unem a essa grande bagunça com o mesmo intuito: diversão. Não importa se você é Esaca ou Esplendor, o que importa é você saber aproveitar a festa.

As escolas de samba dão brilho, trilha sonora e beleza à folia. O Bloco do Barril, famoso por distribuir cachaça e alegria por onde passa, consegue arrastar multidões na tarde de segunda-feira. E quem pensa que acabou por aí, se engana. Os que conseguem vencer o cansaço dessa maratona de alegria, ainda têm muito que aproveitar no Bloco da Ressaca.
É uma energia diferente, uma força diferente, é carnaval.



Imagem extraída do site sjonline

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Surpresas durante o trabalho

Algumas pessoas não sabem, mas na faculdade eu faço um estágio como produtora em um programa de TV, o Mosaico. O intuito desse programa é contar as histórias dos bairros e ruas de Juiz de Fora, mostrar para os telespectadores um lado da cidade que muitos desconhecem, através das lembranças dos próprios moradores.

Mas além dos bairros, nós também fazemos alguns especiais, já tiveram programas sobre escolas, igrejas, carnaval, cemitérios, além de muitos outros temas. Mas um em especial tocou o meu coração, o programa “Instituições para menores”. A princípio, quando recebemos a pauta não sabíamos ao certo como abordar esse tema aparentemente tão delicado. Não queríamos fazer com que o programa se tornasse sensacionalista, mas antes de tudo o primeiro passo deveria ser tomado: produzir o programa.

Recebemos do nosso diretor uma lista com as indicações de alguns lugares, mas quando fomos apurar, veio a primeira grande surpresa: devido à mudança da lei, não existem mais orfanatos em Juiz de Fora, apenas abrigos que após de um tempo reinserem os menores no convívio familiar. Mas mesmo assim continuamos em busca das histórias, agora de forma mais abrangente.

Visitamos tanto instituições que funcionam em regime de creche, como as poucas que funcionam como internato. E confesso a vocês, foi a produção que mais mexeu com o meu psicológico. Uma das minhas paradas foi em um colégio de apoio a criança com deficiência mental. Enquanto eu esperava para conversar com a diretora, veio até mim uma menina sorrindo e me abraçou. Como podia corresponder ao gesto daquela menina senão com outro abraço? A mãe dela me pediu desculpa e disse que muitas pessoas na rua se assustavam com a atitude da menina. Desculpar? Àquela menina que eu nunca tinha visto antes, tinha acabado de abrir meus olhos para uma realidade diferente, eu tinha era que agradecer por isso.

Continuei a minha caminhada com a alma renovada e procurando entender a necessidade que àquela menina tinha em receber um abraço e por ter despertado em mim uma visão diferente das coisas. Por engano acabei chegando em um lugar que há muito tempo atrás funcionava como orfanato, mas que há um ano mais ou menos, tornou-se um centro de atendimento a jovens e adultos com deficiência física e mental. Lá em conversa com a diretora, descobri que muitos nem recebiam a visita da família, olhei a volta e senti um vazio muito grande. Comecei a pensar em tudo que tinha visto naquela semana, liguei para a minha mãe e contei o que tinha visto, chorando.

São nesses momentos que você se vê confrontada com problemas que consciente ou inconscientemente se recusa a ver. E a semana seguiu, teve gravação em um hospital de apoio à criança com câncer, mas infelizmente não pude acompanhar, por causa da aula. Visitamos institutos que fazem atendimento de reforço escolar e desenvolvem atividades paralelas, como dança, reciclagem e futebol...

E em uma tarde fomos a um abrigo que atende apenas meninos de famílias carentes, ou então de área de risco e em raros casos que não têm lar. Para tornar o programa mais dinâmico, resolvemos conversar com as crianças, para saber delas como era a rotina no abrigo. Durante uma volta para conhecer a estrutura da instituição, encontramos um menino de 10 anos super falante e que logo ganhou o carinho da equipe toda. Resolvemos então conversar com ele e saber se queria dar uma entrevista, de prontidão ele disse que sim e assim fizemos. Enquanto a apresentadora perguntava como era morar ali ele respondia com o sorriso mais sincero do mundo: _”tenho muitos amigos, aqui eu estudo assisto TV, gosto muito de morar aqui”. E quando a gente menos esperava fomos surpreendidos por uma resposta que pode parecer óbvia para muitos, mas naquele momento não foi: _”mas eu tenho muita saudade de casa”, dessa vez, a resposta já escondia uma sombra, enquanto realçava com toda força a pureza e sinceridade daquela criança.

Sabe quando uma simples palavra parece cortar o seu peito? Foi isso que senti naquele momento. Como manteiga derretida que sou, me retirei da sala e fui para um banheiro e chorei. Um turbilhão de ideias passava na minha cabeça. A minha vontade era a de pegar àquele menino pelo braço, conduzi-lo a um lar e mostrar para ele que ainda há muito para se viver e acreditar. Esse programa foi o que mais me ensinou.