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Pisciana de 25 anos, jornalista por formação, psicóloga entre amigos, sãojoanense de nascimento, juiz-forana de alma e montes-clarense por acidente. É atraída por desafios e, por mais que a vida insista em querer provar o contrário, nunca deixou de acreditar que o amor existe.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Promessas que nunca deixam de ser promessas

Algumas promessas  nasceram para não serem cumpridas, não tem jeito.  É sempre a mesma história: você prometeu que não ia se iludir mais com planos a longo prazo, desde aquele jantar que não aconteceu. Mas, bastou um sorriso, uma fala pausada ao seu ouvido e um carinho no seu cabelo para você acreditar que ele te daria o mundo se você quisesse.

A expectativa voltou e quando você percebe, já marcou salão para arrumar o cabelo e as unhas, guardou a frustração em uma caixinha, subiu em um salto(o maior que tem) para ver se junto com a estatura a estima também se eleva. Com a maquiagem, tentou disfarçar os olhos inchados e vermelhos das lágrimas já derramadas. Vestiu aquela segurança que já tinha se perdido dentro do armário e foi ser feliz(ou pelo menos, tentar).

Em seguida, a decepção: nem flores, nem surpresa, nem o mundo que você desejou. Fica para a semana que vem, para uma outra oportunidade, porque hoje mais uma vez não deu. E mesmo com o coração despedaçado, a voz embargada pelo choro guardado só consegue dizer "tudo bem".  Não está nada bem, mas você já se acostumou com essas promessas que nunca se realizam.

Nunca teve aquele brinquedo que a sua  mãe disse que te daria no Natal de 1996, nunca viu a obra que o seu candidato disse que ia fazer no último ano, não conseguiu cumprir as promessas que fez para você mesma na última vez que se machucou. A promessa de não se iludir mais com o que prometeram para você se tornou uma dessas promessas que nunca vão deixar de ser promessas. E talvez, o erro não esteja na promessa em si, mas na expectativa que você cria sobre o que sabe que não vai ser de verdade.


terça-feira, 21 de agosto de 2012

Mais um café

Um café, a luz apagada e um pouco de música. O sono não vem, mas os pensamentos sim, trazendo os meus medos e as lembranças do que poderia ter sido e não foi. Com a cabeça longe e os dedos sobre o teclado, começo a esboçar o que pode vir a se tornar um texto. Erro uma palavra, volto atrás, a reescrevo. Se não encontro uma sonoridade agradável, recorro a um sinônimo.

Entre uma vírgula e mais um gole, desejo em silêncio,  que a vida tenha a opção "desfazer". Desejo poder voltar atrás e fazer diferente. Mas,  a vontade vai embora diante da impossibilidade. Ainda tenho uma folha em branco na minha frente, meia xícara de café e um mundo de incertezas.

Volto a escrever sobre o que vejo, volto a sentir o que escrevo. Ou será que escrevo o que sinto? As lembranças corriqueiras do momento em que se espera o ônibus, a exaustão dos gestos repetidos, a inspiração em estado latente.

Mais um gole. A substância preta que me mantém acesa, já esfriou; assim como a madrugada que me faz companhia.O gosto viciante ficou amargo. Talvez as minhas amarguras tenham passado para aquela tímida xícara, vai saber? Às vezes fui eu que fiquei quente e de mais fácil apreciação para esse mundo que me tira o sono.





terça-feira, 14 de agosto de 2012

O que um relacionamento pode ensinar

Um dia você vai entender que o companheirismo é mais importante em uma relação do que o dizer que ama. Que brincar de lutinha com direito a risadas e hematomas acidentais pode ser mais prazeroso do que apenas caminhar de mãos dadas. Vai aprender que por mais que a relação seja quente, isso não vai durar para sempre. Se faltar o fogo, que sobre lealdade, e que no companheirismo, vocês tenham um ao outro para manter a temperatura.

O princípio de um relacionamento saudável é a amizade, mas até descobrir isso, você pode quebrar a cara algumas vezes. O intenso logo se perde na falta de sinceridade. Querer ser um só e mentir, é enganar a si mesmo; quem gosta confia e se faz confiável.

O ciúme que mantém a chama acesa, pode também devastar tudo o que foi construído. Entender que ele já vivia antes de conhecer é fundamental para poder aceitar o seu passado. Você já sofreu por outro alguém e ele tem esse mesmo direito. Quando o passado morre, o que importa é o presente. E nesse tempo do agora, não adianta se desesperar com as incertezas do que ainda está por vir.
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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Além do desconhecido

Há momentos em que tudo se transforma diante dos nossos olhos, com uma rapidez capaz de nos deixar tontos e desnorteados. É como se por instantes, tivéssemos voltado à infância e de mãos dadas com um amigo rodado por horas e horas. Quando finalmente ele nos solta, trocamos as pernas e não conseguimos mais andar em linha reta, por mais curto que seja o caminho a ser percorrido.

O medo de cair, a falta de controle sobre o próprio corpo, os passos cuidadosos para não nos machucarmos, o ambiente que gira a nossa volta, enquanto estamos estagnados no mesmo ponto com medo de fraquejar.  Mas, ao contrário do que se pensa, é na queda que nos tornamos fortes. Aquele buraco do jardim, não vai te derrubar mais, você já sabe onde fica e aprendeu na dor a desviar dele. Pode ser, que o aprendizado fique marcado na pele, por meio de um roxo ou daquele esfolado no joelho.

Quem não arrisca, não se aventura, não busca o próprio entendimento, se limita às experiências do outro. É preciso encontrar razões além do que se conhece.O principal adversário nessa maratona é o nosso próprio medo, é ele que poda as nossas asas quando queremos voar ou nos tira o chão, quando queremos apenas continuar de pé.




quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Parada final

O céu cinza, o dia frio e o caração repleto de incertezas. São em dias como esses que ficamos mais introspectivos, pensamos mais no que estamos fazendo da nossa vida e não no quanto cairia bem uma cerveja gelada e uma boa conversa com os amigos no final da tarde de sol. Um fone de ouvido tocando sabe-se lá qual música, um olhar perdido pela janela do ônibus e um conflito interno procurando solução. A pessoa sentada ao lado, torna-se parte da paisagem urbana.

Você não quer falar sobre a frente fria que chegou ou sobre nenhum outro assunto sem propósito que surge entre pessoas que não se conhecem; quer na verdade, aproveitar as nuvens lá de fora para achar o sol dentro de si mesmo. Antes de implorar o entendimento do mundo, é necessário se entender. E os pensamento vêm mais rápido do que o trajeto percorrido pelo ônibus.

Cenas cotidianas que arrancariam um leve sorriso da sua face, passam despercebidas. As análises que em outro momento se voltariam para fora da janela, se voltaram para dentro de você. O espetáculo urbano de cada parada do ônibus não é observado. Você vê tudo, mas nesse momento em uma espécie de transe, só olha para as suas próprias atidudes.

Passa o tempo, o seu ponto se aproxima, você se levanta e dá sinal. A realidade aparece junto com a chegada ao destino final. Você recompõe as forças, começa a pensar no que tem que fazer no trabalho, nas coisas que ficaram pendentes, no que ainda é preciso ser feito. Com algumas soluções ou sem nenhum entendimento, volta-se para esse mundo que te espera lá fora e mesmo sem se compreender muito bem, volta a questioná-lo.  É só esperar, que uma hora, o céu há de colorir de azul esse tom acinzentado.