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Pisciana de 25 anos, jornalista por formação, psicóloga entre amigos, sãojoanense de nascimento, juiz-forana de alma e montes-clarense por acidente. É atraída por desafios e, por mais que a vida insista em querer provar o contrário, nunca deixou de acreditar que o amor existe.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

E se a vida fosse um filme?

Talvez o grande erro de qualquer homem seja apostar alto demais nas expectativas.  Basta uma palavra, um sorriso, uma vontade reprimida, que logo vem a expectativa que atropela as ações, os gestos e acidenta os nossos sentimentos diante da frustração. Talvez fosse mais fácil acreditar que tudo o que acontece tem um propósito maior mais a frente, que o destino é o responsável pelo rumo das nossas vidas e que cabe a nós, meros espectadores dessa história já traçada, observarmos o seu desfecho e aplaudirmos o final, ou chorarmos a morte da protagonista.

Mas, ao contrário dos filmes românticos que sofrem poucas alterações durante a execução, a vida se apresenta muitas vezes em uma narrativa experimental. Sem lógica, sem nexo, as ações acontecem sem poderem ser premeditadas. Nesse enredo inconstante, não há reprise no "Vale a pena ver de novo", nem na "Sessão da tarde", não há também classificações de idade ou duração de tempo previamente estabelecida. 

Somos os mocinhos de algumas situações, os vilões para outros protagonistas. Não vivemos  um enredo que tem apenas um núcleo central, a partir do qual as outras histórias acontecem. Vivemos em um enredo, em que cada um é o protagonista da própria história. E nós, tanto espectadores, quanto atores da cena que está indo ao ar, não precisamos esperar o último capítulo para aprendermos novas lições. Nossa narrativa vai além do "The End".

A cada dia ou a cada cena, como preferir, somos colocados de frente com perdas, encontros e desencontros. Buscamos o "Happy End" a cada conquista, a cada projeto. Acreditamos que nada pode nos fazer desistir, mas nos revoltamos com a vida e com o elenco, quando percebemos que o diretor fez alterações no nosso capítulo. Muitas vezes, personagens importantes para nós, são trocados de núcleo ou cortados de cena sem que tenhamos o direito de um abraço de despedida e somos obrigados a terminar o espetáculo sozinhos. E vai ser sempre assim, teremos novos companheiros, outras despedidas, motivos para sorrir e chorar. Até um dia, o diretor perceber que não temos mais talento para assumir esse papel e achar um "The End" para a nossa história. Digo para a nossa, porque essa narrativa não tem fim nunca.

*Este texto foi feito para o Jornal "Mundo Urbano". 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Algumas linhas escritas


Desde pequena, o lápis e o  bloquinho de anotações me faziam companhia. Nessa época, eu não era muito de falar, mas já fantasiava o que ouvia e transformava isso tudo em poesia. Muitas rimas, muitas histórias, sentimentos que eu ainda desconhecia, mas que ainda assim,  falava sobre eles.

A vontade de escrever cresceu junto comigo. As poesias cheias de ternura e inocência tornaram-se crônicas da vida real, histórias que por mais fantasiosas que possam parecer, levam um pouco da minha vivência, da minha observação sobre o outro e da minha crença nesse mundo desacreditado.

Às vezes, é necessário engolir a dor e transformá-la em palavras. E quando a alegria finalmente chega,  ela ultrapassa os limites dos gestos, do olhar,  da fala e também se traduz em palavras escritas. Um pedaço de papel contendo rabiscos, pode conter sentimentos também. Pode encantar e contar histórias.

Pensar em palavras escritas, é pensar em interpretações múltiplas daquilo que não tem o auxílio da expressão e nem da entonação que pode ser dada em determinados momentos. Escrever é desvendar um mundo de sentidos através da combinação de palavras. E elas, não precisam ser difíceis, nem se originar de outro idioma, mas precisam transmitir o entendimento por meio da simplicidade. Que sejam simples, mas que sejam sinceras.